Pesquisadores
americanos dizem acreditar que, após anos de caça predatória, a população de
baleias azuis da Califórnia está se recompondo e retornando a níveis numéricos
sustentáveis.
Segundo
os cientistas, essa é a única população de baleias azuis que está se
recuperando da temporada de caça às baleias.
A
equipe de pesquisa estima que haja 2,2 mil animais dessa espécie no leste do
Oceano Pacífico.
Mas
eles ainda se preocupam com a vulnerabilidade desses animais, que podem ser
atingidos por navios.
Com
um comprimento médio de 33 metros e peso aproximado de 190 toneladas, as
baleias azuis são os maiores animais do planeta.
A
variedade encontrada na Califórnia é observada frequentemente se alimentando
próximo à costa do Estado.
O
animal pode ser observado, no entanto, em toda a área entre o golfo do Alasca e
a região da Costa Rica.
Sigilo soviético
Pesquisadores da Universidade de Washington publicaram um artigo na revista científica Marine Mammal Science afirmando que a quantidade atual desse tipo de baleia corresponde a 97% da população do animal que costumava habitar os mares historicamente.
Pesquisadores da Universidade de Washington publicaram um artigo na revista científica Marine Mammal Science afirmando que a quantidade atual desse tipo de baleia corresponde a 97% da população do animal que costumava habitar os mares historicamente.
Mas
para chegar a essa conclusão os cientistas tiveram de se dedicar a uma extensa
pesquisa.
Os
países que caçam baleias concentraram suas ações nas águas gélidas da
Antártida. Até a prática ser banida, em 1966, cerca de 346 mil baleias foram
mortas.
O
número de baleias azuis capturadas no Pacífico foi muito mais baixo –
aproximadamente 3,4 mil entre 1905 e 1971.
Grande
parte dessas caçadas foi promovida por navios russos.
Entretanto,
muitos dados sobre essas ações foram mantidos em segredo durante o regime
soviético. Apenas recentemente os cientistas conseguiram acesso a informações
relacionadas ao tema que permaneciam arquivadas.
Porém
a localização das ações e o volume de animais abatidos não dão pistas sobre os
tipos de baleias que foram capturadas. Há duas populações distintas, o grupo da
Califórnia e outro que habita áreas próximas ao Japão e Rússia.
Para
diferenciar esses grupos, os cientistas recorreram a sons.
"Nós
estávamos tentando separar as capturas entre leste e oeste, mas não sabíamos
qual era a fronteira entre os dois", disse o pesquisador Trevor Branch, da
Universidade de Washington.
"Então
nós usamos as atuais localizações de seus cantos para encontrar as linhas
divisórias. Seus sons repetitivos são diferentes".
População histórica
Após calcularem os números de animais abatidos, eles conseguiram calcular a população histórica.
Após calcularem os números de animais abatidos, eles conseguiram calcular a população histórica.
Ao
atingir 97% do patamar histórico, a equipe acredita que o ritmo de crescimento
da população vem diminuindo na medida em que as baleias atingiram a capacidade
que o oceano pode suportar.
Uma
preocupação atual dos cientistas é a colisão com navios.
Muitos
desses casos acontecem na costa da Califórnia. De tão preocupadas, as
autoridades estão até pagando para que embarcações mercantes reduzam sua
velocidade quando navegam na região.
Segundo
os cientistas, acontecem em torno de dez colisões por ano.
"Considero
que houve um grande avanço em termos de capturas de baleias", disse o
autor da pesquisa, Cole Monnahan, da Universidade de Washington.
"Quando
falamos de fatores como a mudança climática, é difícil prever, mas eu não
acredito que nós possamos esperar uma queda [na população de baleias]".
Mas
apesar de comemorar o sucesso dos esforços de preservação na região da
Califórnia, os cientistas sabem que nem todas as populações de baleias
conseguiram se recompor. Na Antártica, o número de baleias azuis representa
apenas 1% de sua quantidade histórica na região.
"As
baleias azuis da Califórnia estão se recuperando porque tomamos ações para
interromper a caça e começamos a monitorar", disse Cole Monnahan.
"Se
não tivéssemos feito nada, a população teria sido levada para próximo da
extinção – um destino infeliz para as populações de baleia azul".
Fonte: G1.globo.com/mundo.
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