segunda-feira, 21 de julho de 2014

GIRO PELO MUNDO: Líder do Hamas diz que não aceitará cessar-fogo unilateral.


O líder do Hamas na Faixa de Gaza disse nesta segunda-feira (21) que o grupo islâmico não aceitará um cessar-fogo unilateral com Israel - enquanto o ministro de Defesa israelense prometeu continuar lutando "enquanto for necessário".
Ismail Haniyeh, chefe do Hamas em Gaza, disse que o grupo manterá sua posição, e que antes de parar com os bombardeios a Israel, quer garantias de que o país judeu e o Egito abrandem significativamente o bloqueio de sete anos à fronteira com Gaza.
O confronto entre o Hamas e Israel dura 14 dias e já deixou 500 palestinos e 27 israelenses mortos.
Haniyeh disse em um discurso na TV que o objetivo da batalha é acabar com o bloqueio ao território palestino, imposto por Israel e pelo Egito após o Hamas ter vencido uma eleição e tomado o poder em Gaza em 2007. No último ano, o Egito aumentou as restrições, levando o Hamas a uma grave crise financeira.
O líder palestino disse que todos os 1,7 milhões de moradores de Gaza compartilham suas demandas. "Gaza decidiu acabar com o bloqueio com seu sangue e sua coragem. Esse cerco, esse injusto ceco, deve acabar."
Soldados mortos
Israel confirmou nesta segunda a morte de sete soldados durante combates com militantes do Hamas. Nas duas semanas da ofensiva israelense em Gaza, o número de soldados mortos é de 25 - segundo o jornal 'New York Times', dois deles eram americanos.

O exército não deu mais detalhes sobre as mortes. Segundo a mídia local, na manhã desta segunda palestinos passaram pela fronteira entre Israel e Gaza por um túnel escondido e houve confronto com vítimas.
Ataque a hospital
Também nesta segunda, um ataque israelense contra um hospital do centro da Faixa de Gaza deixou pelo menos quatro mortos, segundo o Ministério da Saúde local. Outras 16 pessoas ficaram feridas. Segundo um porta-voz do ministério, o ataque atingiu o terceiro andar do hospital Al-Aqsa, em de Deir el-Balah. O andar abrigava uma unidade de tratamento intensivo.

Outras bombas atingiram o lado de fora do hospital. A Cruz Vermelha foi chamada para ajudar a retirar os pacientes.

O Exército israelense não comentou o caso. No passado, as Forças Armadas de Israel acusaram os militantes do Hamas de dispararem foguetes dos terrenos de hospitais de Gaza e de utilizarem as instalações como refúgio.
ONU e EUA
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) pediu no domingo "o fim imediato das hostilidades". O Conselho de Direitos Humanos ONU disse que realizará uma sessão de emergência na quarta-feira (23) sobre a ofensiva de Israel em Gaza, a pedido do Egito, Paquistão e dos palestinos.

A Casa Branca reiterou nesta segunda que Israel tem o direito de autodefesa, mas que deve fazer todo o possível para proteger civis.

O presidente do Conselho, o gabonês Baudelaire Ndong Ella, recebeu na sexta-feira (18) uma carta assinada pelo representante permanente do Egito, em nome do grupo árabe, de seu colega paquistanês, em nome da Organização para a Cooperação Islâmica, e do observador permanente do Estado da Palestina, pedindo a convocação de uma sessão especial. Para convocar esse tipo de reunião é necessário o apoio de pelo menos um terço dos membros do Conselho, ou seja, 16 países.
Turquia decreta luto
A Turquia declarou nesta segunda três dias de luto em homenagem às vítimas palestinas da ofensiva israelense na Faixa de Gaza, chamando de 'massacre' a operação militar.

"Nós condenamos o massacre do povo palestino por parte de Israel", declarou à imprensa em Ancara o vice-primeiro-ministro turco, Bulent Arinc. "Em um gesto de solidariedade com o povo palestino, três dias de luto foram declarados a partir de amanhã" (terça-feira), indicou.

Fonte:G1.globo.com
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