terça-feira, 14 de janeiro de 2014

GIRO PELO MUNDO: Confronto deixa um morto durante protesto no dia do referendo no Egito.

Explosão atinge prédio de tribunal duas horas antes de as urnas serem abertas no Egito para a votação de um referendo sobre a Constituição. (Foto: Khaled Desouki/AFP)
Um homem morreu durante confrontos entre forças de segurança e manifestantes do presidente deposto Mohamed Morsix nesta terça-feira (14), no primeiro dia do referendo sobre a nova constituição do Egito, segundo fontes de segurança.
Mahmoud Sayed Gomaa, de 25 anos, morreu durante protesto próximo a um local de votação na província de Bani Suef.
O referendo é a primeira votação no país desde que os militares derrubaram o islamita Morsi, em 3 de julho de 2013, em meio a protestos contra seu governo.
Mais cedo, uma explosão atingiu o prédio de um tribunal no Cairo. Não houve mortos ou feridos, e peritos tentam descobrir se foi uma bomba.
A votação deste terça provavelmente irá definir o cenário para uma provável candidatura presidencial do chefe do Exército, general Abdel Fattah al-Sisi.
Três dias antes da votação, Sisi, vice-primeiro-ministro, ministro da Defesa e comandante em chefe do Exército, declarou que se apresentará às eleições presidenciais previstas para este ano se 'o povo exigir' e se as forças armadas apoiarem sua candidatura.
Em seu discurso no sábado, Sisi vinculou seu apelo para que as pessoas votem a favor do 'Sim' com seu futuro político, afirmando que seria candidato apenas se o povo pedir.
No Cairo, as pessoas se concentraram desde a madrugada em frente aos centros de votação instalados em escolas, em ruas vigiadas pela polícia e por soldados fortemente armados. Diante de uma escola para meninas, dezenas de eleitores seguravam bandeiras egípcias e gritavam slogans a favor do exército e de Sisi.
No dia 3 de julho, o exército derrubou o islamita Mohamed Morsi, o primeiro presidente democraticamente eleito da história do país. Os partidários do presidente deposto continuam protestando diariamente em pequenos grupos, apesar da resposta firme do novo governo.
Desde a deposição de Morsi também ocorreram muitos ataques, sobretudo com carros-bomba contra membros das forças de segurança, reivindicados por grupos jihadistas vinculados à rede terrorista da Al-Qaeda.
Os militares instauraram um governo interino para que seja realizada uma transição democrática, cuja primeira etapa é o referendo sobre uma nova Constituição.
Mais de mil pessoas morreram pela repressão implacável do exército contra os partidários de Mursi desde sua queda, em particular o movimento islamita da Irmandade Muçulmana, cujos líderes foram quase todos detidos.
Assim como Morsi, eles estão sendo julgados por incitação ao assassinato de manifestantes quando estavam no poder e podem ser condenados à pena de morte.
Apesar da repressão, a Irmandade Muçulmana, declarada uma organização terrorista pelo governo, convocou um boicote do referendo.
O projeto de Constituição não inclui as referências religiosas acrescentadas durante a presidência de Morsi, mas aumenta os já amplos poderes do exército.
Sisi parece ter confirmado em seu discurso de sábado o que analistas e funcionários de alto escalão já previam: o referendo se apresenta como um plebiscito sobre sua pessoa, porque o novo projeto de Constituição não apresenta grandes mudanças em relação à lei fundamental anterior.
A parte essencial do poder continua nas mãos do presidente e o exército ainda é o pilar do sistema.

Desde a queda do também chefe militar Hosni Mubarak, após uma revolta popular no início de 2011 depois de quase 30 anos de poder absoluto, os egípcios se dirigiram em três ocasiões às urnas para se pronunciar sobre textos ou emendas constitucionais.

Fonte: G1.globo.com
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