Opositores radicais convocaram, neste sábado (1º), novos
protestos "contra a tortura e a repressão" na Venezuela, depois que a
polícia de choque prendeu pelo menos 41 pessoas, entre eles correspondentes
internacionais.
A televisão estatal venezuelana acusa os estrangeiros
presos de 'terrorismo internacional'.
Manifestantes opositores ao governo de Nicolás Maduro e
a Guarda Nacional se enfrentaram na noite desta sexta-feira em Caracas, com um
saldo de mais de 40 presos - informou o Foro Penal Venezuela no, que antes
havia acusado a polícia de violar os direitos humanos.
Líderes da ala radical opositora, entre eles a deputada
Maria Machado e o partido Voluntad Popular - cujo líder Leopoldo López estpa
preso - convocaram a marcha em toda a Venezuela contra "a repressão,
tortura e perseguição".
Os incidentes desta sexta-feira reacenderam uma tensão
que havia começado a diminuir - por causa dos feriados de carnaval - após 24
dias de intensos protestos, com um saldo de 18 mortos, 260 feridos e cerca de
mil presos.
O presidente Nicolás Maduro chamou as manifestações
iniciadas por estudantes no último dia 4 de tentativa de "golpe de
estado".
No reduto opositor de Altamira, nesta sexta-feira, as
tropas de choque atacaram os manifestantes com jatos d'água e bombas gás
lacrimogêneo. Em sua maioria encapuzados, os opositores responderam com bombas
- constatou uma equipe da AFP.
A televisão estatal, sem citar fontes, disse que uma
"operação especial da Guarda Nacional em Altamira culminou com a prisão de
41 manifestantes, dentre eles oito estrangeiros acusados de terrorismo
internacional".
As autoridades informaram que entre os detidos está a
fotojornalista italiana Francesca Commisari, colaboradora do jornal venezuelano
El Nacional.
O Sindicato Nacional de Trabalhadores de Impresa
denunciou que, além dos 41 detidos, também foram presos e soltos na mesma noite
um correspondente do The Miami Herald e uma equipe da agência de notícias The
Associated Press.
Pouco depois, correspondentes internacionais receberam
por via eletrônica um arquivo elaborado pelo ministério da Informação e
Comunicação, chamada "Venezuela sob ataque mediático", que inclui
fotografias e matérias classificadas pelo governo como "mentiras ligadas
ao golpe suave".
Afundada numa inflação que chega a 56% e em altíssimas
taxas de homicídio, a Venezuela é o país com as maiores reservas de petróleo do
mundo. Há meses a população sofre com a falta de produtos básicos, como papel
higiênico e leite.
Após três semanas de intensos protestos contra o governo
de Nicolás Maduro, 18 pessoas morreram e milhares ficaram feridas em confrontos
entre manifestantes e policiais.
Fonte: G1.globo.com
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