DO G1.COM -
O governo boliviano encontrou
os primeiros sinais de irregularidades no funcionamento e nas operações do
avião da LaMia que se acidentou na semana passada na Colômbia, deixando 71
mortos e seis sobreviventes, disse no domingo (4) o ministro boliviano de Obras
Públicas e Transportes, Milton Claros.
"Encontramos
indícios de possíveis descumprimentos de deveres, não cumprimento do controle
interno, possível uso indevido de influência e omissão de denúncia",
informou Claros a uma rede de mídias estatais.
Uma das primeiras medidas tomadas pelo
governo de La Paz após a tragédia foi destituir as principais autoridades das
estatais Direção Geral de Aviação Civil (DGAC) e Aasana (operadora de
aeroportos), após versões de que o avião não deveria ter realizado o voo direto
de Santa Cruz até Medellín.
Uma das principais
hipóteses de causa do acidente é que o aparelho teria ficado sem combustível
pouco antes de chegar ao aeroprto de Rionegro.
A LaMia disse na Bolívia que o BA-146
modelo RJ85 deveria ter sido reabastecido no povoado boliviano de Cobija,
extremo norte do país, antes de seguir para a Colômbia.
Segundo Claros, a investigação do
governo busca saber como a LaMia fez um voo direto sem autonomia, e como obteve
autorização para operar na Bolívia com um único avião.
"Merece punições drásticas na
Bolívia, e iremos providenciá-las, porque este é um tema penal, porque foram
sacrificadas mais de 70 pessoas por falta de ação, por irresponsabilidade, no
cumprimento das normas", afirmou.
Claros identificou o empresário
venezuelano Ricardo Albacete como dono do avião acidentado, embora a empresa
seja boliviana.
O ministro assinalou que chama a
atenção o fato de Steven Vargas, funcionário-chave da DGAC boliviana, ser filho
do diretor geral da LaMia, o general da aeronáutica Gustavo Vargas. Steven
Vargas foi destituído, segundo o ministro.
O general Vargas também foi piloto de
Evo Morales, embora o governo tenha negado qualquer vínculo.
O avião transportava nove tripulantes:
sete bolivianos, um paraguaio e um venezuelano, além dos 68 passageiros
brasileiros. Dois dos bolivianos sobreviveram, além de quatro brasileiros.
Fonte: G1.globo.com
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