Foto: reprodução.
O
Natal deste ano deve ser o segundo pior em vendas desde 2001 e a perspectiva é
que o faturamento retroceda para o nível de 2012, segundo a Confederação
Nacional do Comércio (CNC). Com 3,6 milhões de desempregados a mais do que em
dezembro de 2015, o brasileiro está inseguro para comprar a prazo. Quando opta
por pagar à vista, procura gastar menos.
O
clima de incerteza afeta até mesmo os lojistas de shoppings, que nor malmente
são mais otimistas. No fim de semana, os shopping centers tiveram bom fluxo de
consumidores, mas com vendas abaixo do esperado. A expectativa é que esse
quadro melhore a partir de hoje, quando os brasileiros recebem a segunda
parcela do 13.º salário.
"O
consumo está sem espaço e as vendas não estão evoluindo", afirma a
economista da CNC, Izis Ferreira. A demora para a economia se ajustar fez com
que a entidade ampliasse a projeção de queda de vendas para o Natal, de 3,5%
para 4,0%. Ela explica que apesar de o porcentual de retração ser menor - no
Natal de 2015, a queda foi de 7,1% -, este ano será de "queda sobre
queda".
Izis
observa que até a confiança dos empresários do comércio, que se recuperava
rapidamente, parou de crescer de novembro para dezembro, segundo o indicador
que será divulgado hoje pela CNC.
A
falta de otimismo entre os comerciantes é atestada pelo presidente da Associação
de Lojistas de Shoppings (Alshop), Nabil Sahyoun. "No fim de semana, o
fluxo de pessoas nos shoppings foi bom, mas a conversão em vendas foi
baixa", observa Isso significa que houve mais gente circulando, mas pouca
gente comprando.
Sahyoun
acredita que houve antecipação de compras por causa da Black Friday, a
megaliquidação do fim de novembro. Além disso, com o crédito limitado, a
elevação do desemprego e o clima de insegurança, ele projeta para as vendas de
Natal dos shoppings queda maior do que a registrada no ano passado. No Natal de
2015, a retração foi de 2,8% sobre o ano anterior.
Apesar
do prognóstico ruim, na avaliação do economista da Associação Comercial de São
Paulo (ACSP), Emílio Alfieri, este não será o pior Natal do Plano Real. Segundo
dados da ACSP, que mede o volume de vendas na cidade de São Paulo, o principal
mercado consumidor do País, as vendas em dezembro do ano passado na capital
paulista caíram 14,5% em relação ao ano anterior. Para este ano, a perspectiva
é de retração de 6%. "A queda está perdendo velocidade."
Na
primeira quinzena deste mês, houve um recuo de 7,2% no movimento do comércio em
relação ao mesmo período de 2015. "Foi uma queda maior do que a
esperada", observa Alfieri, lembrando que novembro tinha fechado com retração
de 2,2% na comparação anual. O economista frisa que o cenário é nebuloso e que
poderá ocorrer alteração. "O grande teste será a partir de amanhã
(terça-feira, 20), quando ocorre o pagamento da segunda parcela do 13.º
salário."
Popular
Os
lojistas das ruas de comércio popular são os únicos que ainda têm perspectivas
de ampliar as vendas de Natal, apesar da recessão. Segundo Claudia Urias,
presidente da Univinco, que representa 4,5 mil lojistas espalhados pela 25 de
Março e 16 ruas da região, o comércio local espera aumentar entre 3% e 6% o
volume de negócios neste ano em relação ao anterior. "No sábado, as lojas
da região receberam mais de um milhão de pessoas."
Mesmo
com o grande fluxo de gente, Claudia observa que o gasto médio nas compras tem
sido menor. Essa tendência foi observada até nas vendas do atacado, com corte
de 50%.
Fonte: Novo Jornal.
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