O senador e ex-ministro da Previdência Garibaldi
Alves Filho (PMDB-RN) vem recebendo irregularmente os proventos de uma
aposentadoria como deputado estadual em seu Estado. A informação consta de um
relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), que avaliará a questão em
julgamento previsto para esta quarta-feira, 7.
De acordo com o jornal Estado de S. Paulo, o
senador acumula o subsídio de congressista, de R$ 33.763, com a aposentadoria
da Assembleia Legislativa do RN, de R$ 20.257. Os dois valores, somados,
alcançam R$ 54.020 brutos. Para fazer jus ao benefício previdenciário,
Garibaldi trabalhou 15 anos como deputado estadual, de 1970 a 1985.
No
parecer, obtido pelo Estado, a corte de contas constata que a situação é
ilegal, pois o senador não poderia estar recebendo acima do teto constitucional
para o setor público, que já é equivalente à remuneração atual dos
senadores.
Antes de
chegar a essa conclusão, os auditores verificaram que a aposentadoria no RN
provém de recursos públicos, e não integralmente de contribuições
privadas.
O relator
do processo, ministro Benjamin Zymler, registra no voto a ser apresentado ao
plenário que, conforme deliberação anterior da corte, nesses casos o corte do
valor excedente deve ser feito na aposentadoria. Ele propõe que a
irregularidade seja comunicada à Assembleia Legislativa do RN para que
interrompa os pagamentos.
O caso de
Garibaldi também vem sendo investigado pela Procuradoria da República no Distrito
Federal, por meio de um inquérito civil.
Garibaldi
alega que a Advocacia-Geral da União (AGU), ao dar um parecer sobre caso
semelhante ao seu, entendeu que não há irregularidade. Segundo ele, a
acumulação é possível se os valores provêm de "regimes diferentes", o
estadual e o federal. O senador alega que sempre considerou o acúmulo legal e
legítimo, e que recebeu os valores de "boa fé".
Fonte: Novo Jornal.
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