Desde o início da gestão, a
governadora Rosalba Ciarlini (DEM) tem enfrentado dificuldade de relacionamento
com os aliados, os servidores públicos e as instituições. A postura do governo
é considerada autoritária e centralizadora. Muitos atribuem o desgaste à
influência excessiva do ex-deputado estadual Carlos Augusto Rosado (DEM),
marido de Rosalba, na gestão.
Em pouco mais de um ano de
mandato, a democrata já entrou em conflito com o vice-governador Robinson Faria
(PSD); o ex-chefe da Casa Civil, Paulo de Tarso Fernandes; o ex-secretário de
Justiça e Cidadania, Fábio Holanda; o ex-secretário de Turismo, Ramzi Elali; o
Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN); o Ministério Público
Estadual (MPE); e praticamente todas as categorias de trabalhadores. A bola da
vez é sua própria bancada na Assembleia.
Os deputados estaduais
governistas estão cada vez mais insatisfeitos com o tratamento que recebem da
gestão. O deputado estadual George Soares (PR) chegou a dizer em plenário que
os parlamentares só são chamados para comer bolo, ironizando a falta de diálogo
do Executivo com o Legislativo. A insatisfação na base é geral. Uma crise
política pode ser deflagrada a qualquer momento.
Histórico
O conflito que culminou com
a saída de Robinson Faria e Paulo de Tardo do governo foi provocado pela
divergência dos “cabeças da gestão” com as articulações políticas do
vice-governador. Paulo deixou a administração por discordar do corte das azas
do vice, como o senador José Agripino (DEM) denominou o processo de afastamento
de Faria do governo. Desde então, com a chegada de Anselmo Carvalho para
substituir Fernandes, a relação do Executivo com o Legislativo piorou. Apesar
de ser um técnico elogiado, a falta de habilidade política dele tem sido
criticada pelos parlamentares.
A divergência do governo com
Fábio Holanda e Ramzi Elali se deu devido à falta de autonomia dos secretários
indicados por outros partidos dentro da
gestão. Os dois saíram
insatisfeitos com o modo de gestão implantado pela governadora. Muitos atribuem
o comando do Executivo ao ex-deputado estadual Carlos Augusto (DEM), que,
segundo fonte da administração estadual, indica a maioria dos cargos do governo
e chega a despachar com secretários. A centralização do poder não agradou os
ex-secretários.
Os problemas da gestão do
DEM com o TJRN, o MPE e os servidores estaduais foram tema de vários embates no
ano passado. Em relação ao Tribunal e ao órgão fiscalizador, houve divergência
na elaboração do Orçamento Geral do Estado para 2012. O Executivo e as
entidades não chegaram a um consenso. Coube à Assembleia fazer um meio termo
entre as duas propostas. Já os trabalhadores reclamam da falta de diálogo
quando à implantação dos planos de cargos, carreira e salários.
Fonte:Diário de Natal
Nenhum comentário:
Postar um comentário