A partir de hoje (16) até sexta-feira (21), os professores em greve das
universidades federais vão se reunir em assembleia para analisar o novo plano
de carreira proposto pelo governo na sexta-feira (13). A avaliação do comando
de greve, entretanto, é que a proposta do governo não atende às demandas da
categoria e a orientação é que a paralisação seja mantida e
"intensificada".
Para a Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes), a
proposta apresentada em vez de reestruturar a carreira piorou essa organização.
De acordo com o vice-presidente do sindicato, Luiz Henrique Schuch, cálculos
feitos pela entidade apontam que no caso de algumas classes o reajuste
apresentado pelo governo não representará ganho real.
"O governo fez uma maquiagem. Ele comparou números e valores
normais em um intervalo de cinco anos. Pegou, por exemplo, um salário de julho
de 2012 e projetou o aumento para 2015 como se em cinco anos não houvesse
correção inflacionária no meio", criticou.
Além dos docentes das universidades federais, também estão em greve os
professores dos institutos federais de educação profissional. Em nota, o
Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e
Tecnológica (Sinasefe) avaliou que a proposta apresentada pelo governo é uma
"farsa" e criticou o fato de que o reajuste proposto não atinge toda
a categoria e será pago de forma parcelada até 2015.
A Andes avalia que o movimento de negociação foi
"recém-iniciado" com a apresentação da proposta e a paralisação deve
continuar. Uma nova reunião entre o comando de greve e o governo está marcada
para a próxima segunda-feira (23), quando serão apresentados ao Ministério do
Planejamento o resultado das assembleias.
"A orientação do comando nacional de greve é que os comandos locais
discutam a proposta, formulem os seus entendimentos e nos mandem o mais tardar
até sexta-feira (20). O comando nacional trabalha os resultados das assembleias
locais para que apresentemos uma posição da nossa base no dia 23",
explicou Neli Edith dos Santos, integrante da Andes.
No Rio de Janeiro, por exemplo, estão em greve a Universidade Federal do
Rio de Janeiro (UFRJ), a Universidade Estadual do Estado do Rio de Janeiro
(UniRio), a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), além da Escola Técnica Federal Celso Suckow da
Fonseca (Cefet-RJ) e as unidades do Colégio Pedro II.
Além das assembleias, os professores universitários estariam se
mobilizando para fazer um ato em Brasília na próxima quarta-feira (18).
Professores do Cefet-RJ e da UFF marcaram reuniões para o dia 17. Na UniRio,
UFRRJ e UFRJ, as assembleias serão no dia 19.
Para a professora da UFRRJ e membro do movimento grevista, Gabriela
Garcia, a tendência é pelo repúdio à proposta do governo. "A nossa greve
não é por uma questão puramente salarial. Nós estamos pedindo carreira, e eles
não estão discutindo isso, eles estão acenando para a gente com um reajuste
parcelado que a longo prazo vai significar redução salarial para gente",
disse a docente.
Segundo o professor do Cefet-RJ e membro do comando de greve da
instituição, Alberto de Lima, os professores devem recusar a proposta do
governo e manter a greve, iniciada em 31 de maio.
Fonte: Tribuna do Norte.
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