O magnata
republicano Donald Trump fez História e, contra todas as previsões, alcançou
delegados suficientes no Colégio Eleitoral para ser eleito o novo presidente
dos Estados Unidos, derrotando a democrata Hillary Clinton, ex-secretária de
Estado. Ao ser projetado vencedor pela AP em Pensilvânia e Wisconsin, bateu a
marca requerida de 270 representantes no sistema distrital para ser
eleito.
A mera possibilidade
de sua vitória derrubara o mercado futuro em Dow Jones, bolsas na Ásia na
abertura do pregão pela manhã no continente, e fez o peso mexicano sofrer sua
maior baixa histórica. Hillary não havia admitido abertamente a derrota até a
última atualização desta matéria, mas, segundo a CNN, admitiu derrota em
ligação ao republicano.
O
discurso de vitória foi de união, pedindo união até com democratas que nunca o
apoiaram.
"A
secretária Hillary me ligou e ela nos parabenizou, e eu a parabenizei pela nossa
duríssima luta. Hillary lutou duramente por muito tempo. Temos uma grande
dívida com ela por seu serviço — disse ele nu mevento de vitória, em Nova York.
Agora é hora de nos unirmos como um povo só. É a hora. Prometo que serei o
presidente para todos os EUA. Vamos renovar o sonho americano. Nosso país tem
um tremendo potencial. Nossos homens e mulheres não serão mais
esquecidos", disse Trump.
Ele
prometeu que a infraestrutura e o respeito à população serão priorizados, antes
de assumir seu típico jeito brincalhão usado em comícios.
"Vamos
sonhar com coisas boas e bem-sucedidas para o nosso país — disse, antes de
brincar: Essa coisa de briga política é dura, não?", fez piada.
Ele
depois elogiou e agradeceu vários apoiadores e aliados que o acompanharam durante
a campanha, entre generais, políticos republicanos e o Serviço Secreto.
"Para
este momento ser histórico, temos que fazê-lo dar certo. Esperamos fazer um
trabalho que faça vocês tão orgulhosos. Eu amo este país. Obrigado!",
disse, antes de sair ao som de "You can't always get what you want",
dos Rolling Stones, música frequentemente tocada em seus comícios.
Apuração
surpreende
Apesar de
a apuração começar sem surpresas, a maré começou a virar a favor de Trump após
vitórias nos estados-chave de Pensilvânia, Flórida, Carolina do Norte, Ohio,
Geórgia e Iowa. Com a conquista de delegados nos locais, muito disputados com
Hillary, ele ficou com um caminho cada vez mais aberto para consolidar sua
vitória. Os primeiros resultados parciais durante o dia indicavam uma grande
participação, o que, em tese, beneficiaria Hillary — analistas indicam que os
democratas têm melhores resultados em eleições com grande participação, pois o
voto não é obrigatório.
"Essa
equipe tem muito do que se orgulhar. O que quer que aconteça esta noite,
obrigada por tudo", escreveu Hillary no Twitter, por volta da meia-noite
(hora de Brasília) quando os republicanos começavam a ampliar sua vantagem na
apuração.
Ao final
da noite, o chefe da campanha de Hillary, John Podesta, apareceu tarde da
madrugada, naquele que seria o evento de vitória, apenas para pedir ao público
que fosse para casa — sem declarar derrota.
Bilionário
e ex-estrela de televisão, Trump, aos 70 anos, nunca havia sido eleito, mas
soube interpretar como ninguém - e contra todos os prognósticos - os temores de
uma classe média branca frustrada em um mundo em transformação. Tido como
anti-imigrante e sexista, impulsivo e corrosivo, denunciado por várias mulheres
que disseram ter sido abusadas por ele, marcou para sempre um estilo de fazer
campanha política. A cúpula do Partido Republicano praticamente lhe deu as
costas abertamente.
Fonte: Com agências,
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