O caso do desaparecimento de Eliza Samúdio ganha
novos detalhes com a revelação do depoimento de uma mulher que se identifica
como amiga de infância do goleiro Bruno Fernandes e ex-amante de Luiz Henrique
Romão, o Macarrão. A testemunha, cujo depoimento foi colhido pela polícia à
época do crime, mas permaneceu em segredo até agora, garante ter presenciado os
últimos momentos da modelo em uma discussão com o goleiro Bruno no sítio dele
em Esmeraldas, Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Ela conta que foi até o local a convite de
Cleiton Gonçalves da Silva, funcionário do goleiro, no dia em que Eliza foi
vista pela última vez, em junho de 2010. Já no imóvel, a mulher afirma ter
presenciado um desentendimento entre o atleta e a modelo, que segurava o filho
Bruninho no colo. "Eu vi o Bruno discutindo com a Eliza; ele só
gesticulava, não dava para ouvir", ela conta. Preocupada com o desenrolar
da discussão, a amante de Macarrão teria procurado Fernanda Gomes de Castro,
namorada de Bruno. "Cheguei perto da Fernanda e falei 'o bicho tá pegando
lá dentro, com o Bruno'". Ainda segundo a testemunha, a jovem teria respondido:
"pode deixar que isso aí vai acabar rapidinho".
Em seguida, Sérgio Rosa Sales, primo de Bruno,
teria levado a testemunha e Fernanda a um bar no Bairro Planalto, Região Norte
da capital mineira. A mulher relata que Macarrão, Bruno e o adolescente J., à
época com 17 anos, só chegaram ao local várias horas mais tarde. No dia
seguinte, Luiz Henrique Romão contou à amante que o menor ainda estava nervoso.
Dias depois, ela diz ter recebido de Cleiton um par de brincos, que seriam um
presente vindo do amante. Macarrão teria dito à mulher que os brincos eram de
Eliza Samúdio. "Guarde estes brincos como se fossem um troféu", ele
teria dito à amante.
Quando as notícias sobre o desaparecimento da
modelo chegaram à imprensa, a testemunha conta que ficou preocupada. Em uma
foto que teria sido dada por Luiz Henrique à amante, ela usa os brincos que
seriam de Eliza. No verso da fotografia, uma dedicatória assinada por Macarrão:
"depois do nevoeiro e da neblina, vêm os dias calmos". O texto é
completo por uma frase semelhante à que ele tatuou nas costas em homenagem a
Bruno: "amizade verdadeira nem mesmo a força do tempo irá destruir".
A mulher confirma que foi procurada pela polícia
à época do crime, e que desde então vive com medo. Segundo ela, Macarrão quer
falar com a ex-amante a respeito dos brincos. A testemunha ainda faz outra
afirmação categórica: Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, conhecia Macarrão e
o goleiro Bruno. Ela garante que o ex-policial já esteve no sítio do jogador.
Segundo os delegados que investigam o caso, a
mulher foi ouvida à época do crime, mas não conseguiram encontrar consistência
no depoimento que só agora foi revelado. Enquanto isso, a polícia cogita a
possibilidade de investigar uma carta anônima entregue à mãe da modelo
desaparecida. O texto indica o local onde estariam os restos mortais de Eliza,
em um poço localizado em uma mata de Belo Horizonte.
Fonte: Diário de Natal.
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